Curva de demanda agregada
A curva de demanda agregada mostra a relação que existe entre o nível de preços e a quantidade de bens e serviços demandados na economia. Em outras palavras, a demanda agregada reflete a quantidade de bens e serviços que as famílias, empresas, governo e consumidores estrangeiros demandam a cada nível de preços. Em termos simples, é a relação entre a quantidade de produto agregado e o nível agregado de preços e, portanto, a quantidade geral de bens e serviços que se demanda a qualquer nível de preços.
Gráfico da curva de demanda agregada
Para representar graficamente a curva de demanda agregada, supõe-se que todas as demais variáveis além do nível de preços e do produto agregado permanecem constantes, especialmente a quantidade de dinheiro existente na economia. Ou seja, assumindo que a oferta monetária é fixa, uma alteração no nível de preços afeta a demanda por bens e serviços.
Como se pode observar no gráfico, mantendo todo o resto constante, uma redução no nível geral de preços gera um aumento na quantidade de bens e serviços demandados. Se o nível de preços se reduz de P1 para P2, a quantidade demandada aumenta de Y1 para Y2, e na curva de demanda agregada passamos do ponto B para o ponto A. O contrário também é verdadeiro: um aumento no nível geral de preços gera uma redução na quantidade de bens e serviços demandados.
A teoria clássica da macroeconomia, ou a teoria macroeconômica de longo prazo, baseia-se no pressuposto de que as variáveis nominais não afetam as variáveis reais. No entanto, a teoria microeconômica de curto prazo, ainda que criticada, abandona este pressuposto. Consequentemente, a curva de demanda agregada mostra como o nível de preços (uma variável nominal) afeta o nível de produção (uma variável real).
A equação quantitativa da moeda como demanda agregada
A equação quantitativa da moeda é expressa como:
\[ MV = PY \]
Onde:
- M: é a oferta monetária.
- V: é a velocidade da moeda, que mede quantas vezes o dinheiro é gasto em um período determinado.
- P: é o nível de preços.
- Y: é a produção real (o produto interno bruto real).
Se a velocidade da moeda V é constante, esta equação estabelece que a oferta monetária determina o valor nominal da produção, que, por sua vez, é o produto do nível de preços P e a quantidade de produção Y. Ou seja, uma mudança em M afetará PY proporcionalmente.
Agora, vejamos como a equação quantitativa se transforma em termos de oferta e demanda de saldos monetários reais:
- Começamos com a equação original: \[ MV = PY \]
- Dividimos ambos os lados da equação por P para isolar Y: \[ \frac{MV}{P} = Y \]
- Em seguida, reorganizamos a equação para expressar os saldos monetários reais \( \frac{M}{P} \): \[ \frac{M}{P} = \frac{Y}{V} \]
- Expressamos a Demanda de Saldos Monetários Reais: Neste passo, introduzimos o conceito de demanda de saldos monetários reais. Definimos \( (M/P)^d \) como a demanda de saldos monetários reais. A partir da equação, podemos igualar a oferta de saldos monetários reais \( \frac{M}{P} \) à demanda de saldos monetários reais: \[ \frac{M}{P} = (M/P)^d \] Isso significa que a quantidade de dinheiro disponível ajustada pelo nível de preços é igual à quantidade de dinheiro que a economia deseja manter.
- Introduzimos o Parâmetro \( k \): Nesta etapa, utilizamos a relação que existe entre a demanda de saldos monetários reais e a produção. Dizemos que a demanda de saldos monetários reais é proporcional à produção Y: \[ (M/P)^d = kY \] Aqui, k é um parâmetro que indica quanto dinheiro as pessoas desejam manter por cada unidade monetária de renda. Em outras palavras, k nos ajuda a entender como a produção impacta a demanda por dinheiro.
- Relação entre \( k \) e \( V \): Por fim, lembramos que o parâmetro k está relacionado com a velocidade da moeda V da seguinte maneira: \[ k = \frac{1}{V} \] Isso implica que a velocidade da moeda é o inverso do parâmetro de demanda por dinheiro k. O pressuposto de uma velocidade constante é equivalente ao pressuposto de uma demanda constante por saldos monetários reais por unidade de produção. Em resumo, quanto maior for a velocidade da moeda, menor será k, o que indica que as pessoas preferem manter menos dinheiro em relação à sua renda.
Desta forma, a equação quantitativa estabelece que a oferta de saldos monetários reais \( \frac{M}{P} \) é igual à demanda de saldos monetários reais \( \left( \frac{M}{P} \right)^d \), e que a demanda é proporcional à produção Y. Isso pode ser resumido na tripla igualdade: \[ \frac{M}{P} = (M/P)^d = kY \]
Se assumirmos que a velocidade da moeda V é constante e que a oferta monetária M é fixada pelo banco central, então a equação quantitativa produz uma relação negativa entre o nível de preços P e a produção Y. Ou seja, se a produção Y aumentar, o nível de preços P deve diminuir para manter a igualdade na equação \( \frac{M}{P} = kY \).
Em conclusão, a equação quantitativa da moeda não apenas estabelece uma relação entre a oferta monetária e o nível de preços, mas, ao ser transformada em termos de oferta e demanda de saldos monetários reais, nos ajuda a entender a relação que existe entre a oferta e demanda de saldos monetários reais e o nível de produção.
O gráfico a seguir mostra a combinação de P e Y que faz com que a equação quantitativa, mantendo constante a oferta monetária (M) e a velocidade da moeda (V), seja satisfeita. Esta curva é a curva de demanda agregada, interpretada por meio da equação quantitativa.
Esta curva de demanda agregada mostra a relação entre o nível de preços e a quantidade de bens e serviços demandada, mantendo a oferta monetária e a velocidade da moeda constantes. O fato de a curva ter inclinação negativa implica que, quanto maior o nível de preços, menores serão os saldos monetários reais e, consequentemente, será demandada uma menor quantidade de bens e serviços. Por outro lado, quanto menor o nível de preços, maiores serão os saldos monetários reais e, consequentemente, será demandada uma maior quantidade de bens e serviços, como mostra a equação explicada anteriormente.